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POLÍTICA

“Hoje a oposição é tão grande quanto o governo”, afirma Wilson Martins

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Afastado de cargos eletivos desde 2014, o ex-governador Wilson Martins (PSB) engrossa o coro da oposição ao Governo do Estado. Em entrevista exclusiva ao ODIA, ele avaliou o desempenho do governador Wellington Dias, não poupou críticas à gestão estadual e comentou que isso será um ponto que a oposição terá que trabalhar para as eleições do próximo ano. Para ele, a oposição está forte, mesmo diante de um governo que tem a maioria dos partidos integrando a base e ter a maior bancada na Assembleia Legislativa. Wilson falou ainda dos projetos que executou enquanto governador, sobre o que queria ter feito e reiterou que o seu nome está à disposição para uma candidatura majoritária. Otimista, ele acredita que muitos dos partidos que hoje integram a base, ficarão sufocados pela falta de espaços e migrarão para a oposição.

Com a experiência que o senhor de governador do Estado, como o senhor avalia o desempenho do governador Wellington Dias?

Um desempenho muito fraco. Não tem nenhuma ideia nova, nenhum projeto, nenhum novo programa. E apresentou uma gestão de péssima qualidade, sem planejamento. Um governo que não sabe fazer contas porque gasta mais do que arrecada. Neste ano de 2016, ele gastou R$ 222 milhões a mais. Um governo que entra para a história como o que mais endividou o Estado do Piauí. Por exemplo, só de operação de crédito, mais de R$ 2 bilhões, recebeu de repatriação mais de R$ 500 mil, mais empréstimos judiciais. Toma empréstimo a juros altos e não coloca recursos para um dos maiores problemas para o país como a segurança pública. Ele não começou uma nova obra, só está dando continuidade a aquilo que foi ideia do nosso Governo. Eu encontrei uma conversa fiada de PPP para as rodovias, ZPEs e é só papo. A Transcerrados, nós fizemos o projeto, arrumamos o recurso para construir 117 km, que seria a primeira etapa, deixamos 25 km prontos e mais 50 em terraplanagem. Deixamos o Rodoanel com 72% concluído e está fazendo três anos e o governo não concluiu.

A ponte do Meio, deixamos faltando só a cabeceira da ponte e passou três anos para fazer isso. Não tem dado o reajuste devido para os servidores públicos. O Ronda Cidadão, por exemplo, ele desativou e o retrato é o que estamos vendo na segurança pública. A Rone está sucateada. Para onde está indo esse dinheiro? Para o ralo! Ele transformou a Assembleia do Piauí em maior do que a do Ceará, que tem um terço dos habitantes do Ceará, 61 unidades gestoras, aumentando despesas, criando coordenadorias. Na nossa época, extinguimos 12 e criamos 3. O Governo criou mais de 15, só para acomodar os partidos políticos, porque a sua única função é se preparar politicamente para as eleições.

Foto: Moura Alvez/ODIA

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O Piauí tem três senadores. Qual a avaliação que o senhor faz da nossa bancada no Senado?

É a pior bancada do Senado. Enganaram o povo do Piauí e o povo hoje tem consciência disso, tem esse arrependimento. Você ser engraçadinho, você dançar, fazer uma peça de marketing, e não tem nada disso. Tem preguiça muito. O senador que foi eleito tem 77 assessores e zero projetos, os que apresentou não chegaram nem a passar nas comissões por falta de substância. A outra não representa, nem sequer foi eleita, os senadores nem ouvem o que ela está falando porque é denuncismo, sem nenhuma consistência. E o outro tem feito alguma coisa, tem prestigio político, mas chefia o partido político que tem o maior número de pessoas envolvidas e denunciadas em escândalos de corrupção, que é a Lava Jato.

Como está a Caravana do 40? Qual seu objetivo?

Ela já começou. Na verdade, é o Piauí em Debate, um programa da nossa estratégia de formação política, estendendo a agenda 40. Fizemos três encontros regionais, um em Picos, Campo Maior e Bom Jesus, onde apresentamos resultados daquilo que foi possível fazer, da filosofia do partido e projetos de futuro. Nós temos as nossas ideias e estamos pegando as ideias de todos. Tem sido positivo. Vamos fazer, em 30 dias, um grande encontro em Parnaíba, depois na região de Floriano.

Em entrevistas dadas à imprensa, o senhor falou da tentativa de enfraquecerem o PSB e das baixas que o partido teve nos últimos anos. O senhor, como presidente do PSB no Piauí, o que tem feito para atrair novas lideranças e garantir que nomes fortes do partido como os deputados Heráclito Fortes e Atila Lira, permaneçam na sigla?

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Nós sofremos uma pressão muito grande, sobretudo daqueles que têm mais influência no Governo, como o PP. Perdemos oito prefeitos e mais dois para o PSD. O interesse de passar convênios, empregos, divisão de cargos comissionados. Muita gente não tem uma formação política, da filosofia partidária, e vão por interesse. Por um lado, isso é bom porque os que foram fracos, que não têm ideologia, saíram e nós nos firmamos ainda como um grande partido. Elegemos dos 34 prefeitos, 30 vice-prefeitos e tivemos mais 30 que foram candidatos e ficando em segundo colocando perdendo com menos de 5% dos votos. Na chapa de vereadores, fomos os maiores, com 250 vereadores eleitos em todas as regiões do Piauí. O PSB continua sólido.

Com a filiação da dona Lucy Silveira no PP, o senhor acredita na aproximação do prefeito Firmino Filho com a chapa governista?

Eu acho que é mais fácil desaproximar. Primeiro porque, se a Lucy for candidata, ela vai ser uma candidata na chapa proporcional, porque não existe possibilidade de um alinhamento nacional. Não existe possibilidade de uma aliança nacional do PSDB com PT, fatalmente vai ser proibida. Ela não vai conseguir levar o apoio do PSDB. Se Prefeito Firmino Filho sair do PSDB e for para outro partido, aí não existe espaço vazio. O PSDB vai ser ocupado pelas oposições e vai levar outras lideranças importantes, que levaram muitos votos até pela revolta de você ter uma história nas oposições. Outro fator é o PSDB já tentou, pelo menos, por umas 4 ou 5 vezes ir para o governo e todas pela oposição. Não tem como o povo entender eles participarem de uma chapa majoritária pelo governo.

O senhor tem vontade de voltar para o governo. O que o senhor deixou de fazer quando foi Governador e tem vontade de fazer em um próximo mandato?

Já fui governador por duas vezes e nós temos que dar oportunidade para novos, para quem nunca teve essa experiência e a única coisa que eu gostaria de ter concluído, de ter tido mais tempo, obras significativas. Deve ter um nome, que não foi governador ainda, ou que já tem experiência para ter a oportunidade dessa missão que é ser governador do Estado do Piaui.

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Fonte: Portal O Dia

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