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Com mais de 200 mortes de recém-nascidos, CRM interdita parcialmente maior maternidade pública do PI

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O Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) realizou, na tarde desta terça-feira (20), a interdição ética parcial da Maternidade Dona Evangelina Rosa, na Zona Sul de Teresina. De acordo com a entidade, a partir desta quarta-feira (21) os médicos deixarão de atender casos de baixa e média complexidade e passarão a atender apenas os casos de alta complexidade.

A decisão do CRM veio após aumento da mortalidade neonatal e mortes de mães por infecção hospitalar. A situação da Evangelina Rosa, que é a maior maternidade pública do Piauí, foi denunciada em uma vistoria do Conselho Regional de Medicina, juntamente com o Ministério Público Estadual, ainda no dia 16 de junho. Durante a visita, foi constatada a falta tanto de medicamentos como de insumos básicos, como sabão líquido.

A direção da maternidade ainda não se posicionou sobre a interdição ética realizada pelo CRM-PI.

CRM realiza interdição parcial da Maternidade Evangelina Rosa — Foto: Lucas Marreiros/G1

CRM realiza interdição parcial da Maternidade Evangelina Rosa — Foto: Lucas Marreiros/G1

“A gente estava trabalhando para que isso fosse melhorado. Espero que a população entenda que tentamos todas as melhorias sem precisar chegar a esse ponto, mas não conseguimos, e tivemos que tomar essa providência que é mais drástica. Precisa ter impacto para que a gestão cumpra isso no prazo de 60 dias”, disse a presidente do Conselho no Piauí, Mírian Parente.

Para atender a demanda de baixo e médio risco, a presidente do CRM-PI explicou ter entrado em contato com as regulações municipal e estadual para que se preparem para o problema que deve gerar na assistência materno-infantil do estado. Com a determinação, eles serão encaminhados para maternidades municipais e o conselho espera desafogar o atendimento na maternidade, que está superlotado.

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Conselho Regional de Medicina realiza interdição parcial da Maternidade Evangelina Rosa — Foto: Lucas Marreiros/G1

Conselho Regional de Medicina realiza interdição parcial da Maternidade Evangelina Rosa — Foto: Lucas Marreiros/G1

“O problema é que temos uma demanda maior do que deve ser. Quase 50% da demanda daqui são com pacientes de baixo e médio risco. O que a maternidade consegue de suprimentos e equipamentos, ela estar usando com pacientes que não são destinados a este tipo de atendimento. Precisamos desafogar esta situação para que a maternidade consiga atender normalmente os pacientes que de fato está referenciada, que são os de alto risco”, destacou.

No relatório entregue a direção da maternidade, o CRM pontuou seis itens, entre eles: do atendimento para alta complexidade, melhoria predial, aquisição de material e medicamentos, pagamento dos funcionários terceirizados.

A presidente lembrou que a maternidade funciona sem a licença sanitária, onde são exigidos 160 itens para adequação.

Maternidade Evangelina Rosa passa por reforma e ampliação — Foto: Lucas Marreiros/G1

Maternidade Evangelina Rosa passa por reforma e ampliação — Foto: Lucas Marreiros/G1

Para o ginecologista obstétra Carlos Araújo, a maior dificuldade para quem atua na maternidade é a grande demanda recebida. Com a superlotação, ele revelou ser frequente a falta de medicamentos básicos, como sulfato de magnésio e antibióticos.

“A partir de agora teremos um equilíbrio de insumos. Essa interdição é uma medida necessária, porque a maternidade foi criada para atender casos de alto risco. Isso veio em boa hora, em encontro com o que nós pensamos e esperávamos que acontecesse”, comentou o médico.

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Sem vagas

Gestantes lotam recepção da maternidade por falta de espaço no leito. — Foto: Reprodução/Piauí TV 1

Gestantes lotam recepção da maternidade por falta de espaço no leito. — Foto: Reprodução/Piauí TV 1

Na semana passada, a direção da maternidade exibiu um comunicado alertado a população da falta de vagas para internação. Segundo a equipe médica, além da falta de atendimento, não há leitos suficientes, macas e nem medicamentos.

Por falta de vagas, pacientes estavam sendo internadas na recepção do hospital. A diretoria da maternidade discorda do quadro alarmante que foi denunciado pelos servidores.

Fonte: G1

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