Connect with us

NOTÍCIA DESTAQUE

Dois anos após estupro coletivo de Castelo do Piauí, acusado do crime ainda não foi julgado

Publicado

em

Neste sábado (27), completam dois anos desde que quatro adolescentes foram agredidas, estupradas arremessadas do alto de um penhasco de cerca de 10 metros de altura, na cidade de Castelo do Piauí. Uma das jovens morreu 10 dias após o ocorrido. O acusado da sucessão de crimes é Adão José Silva Sousa, de 43 anos, que está preso há quase 24 meses e nunca foi julgado. Ele nega todas as acusações.

Além dele, quatro adolescentes foram condenados a cumprir medida socioeducativa por envolvimento nos crimes. Um deles foi assassinado pelos comparsas dentro de um alojamento no Centro Educacional Masculino (CEM), em Teresina. No início das investigações, dois deles chegaram a confessar o crime, mas disseram posteriormente que a confissão teria ocorrido por conta de agressões que teriam sofrido de policiais. A Justiça afirmou que não existiam sinais de violência na época do fato denunciado.

A primeira audiência de instrução e julgamento, que decide se o acusado vai ou não ser julgado por um júri popular, aconteceu em julho de 2016. Deveriam ter sido ouvidas 18 testemunhas de acusação e defesa. Posteriormente foram realizadas outras audiências, mas a fase ainda não foi finalizada porque faltam duas testemunhas serem ouvidas.

Para a TV Clube, o juiz Leonardo Brasileiro, que preside o processo, afirmou que o prazo para finalização da primeira etapa do julgamento encerra em menos de duas semanas e que o processo seguirá após esse prazo, as testemunhas sendo escutadas ou não.

 O Ministério Público denunciou Adão pelos crimes de estupro, feminicídio, tentativa de homicídio, associação criminosa, porte ilegal de arma e corrupção de menores. Na época da denúncia, o promotor titular do caso, Cesário Oliveira, pediu pena máxima de reclusão, que somada pode chegar a 151 anos.

Em sua defesa, Adão diz que no dia 27 de maio estava em Campo Maior, cidade distante de Castelo cerca de 100 km. Ele contou que foi para lá fugindo da polícia por ter assaltado e baleado a gerente de um posto de combustível, crime pelo qual já foi julgado e condenado.

Publicidade

“A defesa alega inocência. Ele sequer esteve em Castelo do Piauí no dia do crime. Ele cometeu outro crime na semana anterior, fugiu para Campo Maior e lá estava até o dia que foi preso. Ele tomou conhecimento que estava sendo acusado pelos estupros apenas pouco antes de ser preso”, afirmou o defensor público Arílson Pereira Marques, responsável pela defesa de Adão.

Arílson contou para o G1 que foram apresentadas provas que confirmam o álibi do acusado. Perguntando sobre o porquê de o nome de Adão ter sido envolvido nos crimes, o defensor afirmou que não pode dar muitas informações porque o processo segue sob sigilo de justiça, mas disse que nas alegações finais serão demonstrados motivos que irão explicar toda a questão.

“Ele era mau vista na cidade, era traficante, tinha cometido um crime poucos dias antes. A única coisa que pesa contra o Adão é o relato de um dos quatro adolescentes (condenados pelos crimes), justamente o que foi morto pelos outros três”, afirmou o defensor, informando ainda que não existem provas materiais consistentes contra o seu cliente.

Em contraposição, a investigação policial ouviu testemunhas que afirmaram ter visto Adão em Castelo horas após o crime. Na época do indiciamento, o delegado titular do caso, Laércio Evangelista, afirmou que provas técnicas e os depoimentos colhidos eram suficientes para a condenação do investigado.

O G1 tentou contato com Ricardo Trigueiro, atual promotor de acusação no caso, mas ele não atendeu e nem retornou as ligações.

Publicidade

Fonte: G1

Publicidade

Facebook

MAIS ACESSADAS