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Gaeco investiga grilagem de 24 mil hectares de terra no Sul do Piauí

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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) informou que o juiz aposentado preso em conjunto com outros dois advogados e um agrimensor nesta sexta-feira (3), na Operação Sesmaria, foi detido por ações realizadas ainda enquanto magistrado. O Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) disse a prisão havia ocorrido pela atuação do ex-juiz como magistrado.

Segundo o Gaeco a investigação se concentrou sobre decisões do juiz que determinavam a reintegração de terras públicas em tamanho maior do que requerido e fora da conformidade com a lei. Os promotores apontaram também que o então magistrado ocultava informações do Ministério Público, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e do governo do Estado.

O promotor José William Pereira Luz que a investigação trata de ações sobre 24 mil hectares de terra que se estendem desde a cidade de Canto do Buriti até o Vale do Gurgueia, em uma área maior que a capital do Piauí, Teresina. Na região era desenvolvido um projeto do governo federal em parceria com o governo do Estado voltado para a plantação de mamona para a fabricação de biodiesel, que entrou em declínio em 2010.

As terras também seriam incluídas na área de abrangência da ferrovia Transnordestina, mas com o fracasso da iniciativa relacionada ao biodiesel o projeto foi abandonado. A investigação foi iniciada a partir da comarca de Bom Jesus, pelo juiz Eliomar Rios. O magistrado notou diversas retificações elevando o tamanho das terras a serem reintegradas para a posse de particulares.

Agrimensor é preso por fazer laudos falsos das terras no Piauí  (Foto: Catarina Costa/G1)Agrimensor é preso por fazer laudos falsos das
terras no Piauí (Foto: Catarina Costa/G1)

Na investigação foi descoberto que o agrimensor preso fraudava laudos a respeito das terras e que em um dos casos um lote de 779 hectares foi ampliado para 5 mil hectares, aumento que foi referendado pelo juiz preso nesta sexta-feira. Foi descoberto também que um dos advogados se passava como proprietário da terra e o outro agilizava a documentação para a retificação da metragem da propriedade.

Os proprietários são em maioria do Estado de Pernambuco, mas ainda não há informações se eles também participaram do esquema criminoso.

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Gaeco diz que investigação abrange atuação de juiz
Com as investigações quatro pedidos de considerações relacionados a terra resultaram em devolução de posse ao governo com as investigações que tratam de pedidos realizados em agosto de 2009. O Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) emitiu nota informando que o ex-juiz foi preso enquanto advogado e que ele deixou de exercer as funções de juiz quando foi afastado da magistratura mediante sentença condenatória em Processo Administrativo Disciplinar (PAD) do TJ-PI.

Contudo o Gaeco pediu a prisão provisória do juiz por corrupção passiva, crime exclusivo de funcionário público. A prisão preventiva ainda não foi solicitada porque as investigações envolvendo funcionários de cartórios da região sul do Piauí e proprietários de terras ainda estão em curso.

Para o promotor do Gaeco, Rômulo Cordão, “a ação da quadrilha tirou a credibilidade dos cartórios no momento que existia a fraude e que a operação buscou minimizar. Há atos ilícitos na região e essa é a primeira de muitas operações com relação à grilagem de terras no Piauí”. O promotor informou ainda que está em contato com o Tribunal de Justiça para cessar a validade de títulos emitidos de forma ilícita.

G1

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