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Mais de 50 mil crianças ainda precisam ser vacinadas contra poliomielite no Piauí

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A baixa adesão vacinal contra a poliomielite no Piauí tem preocupado especialistas. No estado, 187.366 crianças estão aptas a receber o imunizante, mas apenas pouco mais de 131.400 receberam. O número indica 60% de cobertura do público-alvo.

Ao todo, as crianças devem tomar cinco doses de vacina. As primeiras três doses como injeções – a primeira aos dois meses; a segunda, aos quatro; e a terceira, aos seis – e duas doses de reforço como gotinhas – uma aos 15 meses e outra aos quatro anos de idade.

Esta semana, uma equipe do Ministério da Saúde enviada ao Pará vai acompanhar um caso suspeito de “poliomielite associada ao vírus vacinal (VAPP)”. A suspeita foi relatada em um menino de três anos, que recebeu a vacina oral contra pólio (VOP) sem antes ter recebido a vacina inativada poliomielite (VIP), aplicada com injeção.

“Você consegue ter uma prevenção tomando as três primeiras doses ainda no primeiro ano de vida. Normalmente essa dose, no Brasil, é intramuscular, com o vírus inativado, quer dizer, não tem nenhum risco de reação”, explicou a médica pediatra Anenísia Andrade.

“Quanto à dose de reforço, no Brasil, pelo sistema público, pode ser feita intramuscular, mas nas campanhas, exatamente pra haver propagação e uma proteção pra toda a população, é feita com a vacina oral. Daí que vem o risco de ter possível reação, que a gente chama de poliovacinal”, disse.

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No Piauí, as vacinas estão disponíveis o ano inteiro, gratuitamente, em Unidades Básicas de Saúde.

Mais de 50 mil crianças ainda precisam ser vacinadas contra poliomielite no Piauí — Foto: Agência Brasil
Mais de 50 mil crianças ainda precisam ser vacinadas contra poliomielite no Piauí — Foto: Agência Brasil

Contaminação

O jeito mais comum de pegar pólio é pelo contato oral com objetos e alimentos mal lavados ou água contaminada por fezes de pessoas infectadas – isso porque, depois que o vírus entra no organismo, ele se multiplica no intestino e é expelido quando a pessoa vai ao banheiro.

Também existe a transmissão por gotículas que ficam suspensas no ar quando a pessoa contaminada fala, tosse ou espirra.

“A gente sabe, estamos em época de pandemia, que vírus que tem transmissão fácil, pela respiração, por contaminação de fezes, água e alimentos, pode se alastrar de forma muito rápida em qualquer país do mundo”, destacou a pediatra.

“A gente ainda não pode afirmar que a poliomielite voltou, mas a gente tá com altíssimo risco de retorno. Porque o vírus selvagem, o 1 e o 3, ainda existem, principalmente na região do Paquistão, do Afeganistão, e já está voltando em alguns países, como voltou em Moçambique”, pontuou.

Sintomas

Preparo de exame de PCR de poliomielite no Queens College, em Nova York, em 25 de agosto de 2022 — Foto: Angela Weiss/AFP
Preparo de exame de PCR de poliomielite no Queens College, em Nova York, em 25 de agosto de 2022 — Foto: Angela Weiss/AFP

O início da poliomielite é repentino e a evolução do déficit motor ocorre, em média, em até três dias. A doença acomete, em geral, os membros inferiores, de forma assimétrica, e tem como principal característica a flacidez muscular.

“O vírus tem uma atração pelo sistema nervoso central, então compromete principalmente os neurônios motores. Nesse quadro, quando os neurônios são cometidos até o nível de função respiratória, a criança pode parar de respirar e ir à óbito ou precisar de ventilação mecânica. É paralisia infantil que a gente chama porque, em geral, acomete crianças”, comentou Anenísia.

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“Muitas pessoas não vacinam por não saber a importância. Se estivéssemos 40 anos atrás, todos os pais e avós morreriam de medo. É muito importante que levem e aproveitem pro que a gente chama de multivacinação, que é a atualizar o calendário vacinal”, concluiu.

Fonte: G1 Piauí

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