GERAL
Vereadores recebem ameaças após Operação Déspota, diz MP-PI
O Ministério Público vem recebendo denúncias de ameaças contra vereadores do município de Redenção do Gurguéia que fica na região Sul do Piauí. O município foi alvo da Operação Déspota realizada pelo MPE no dia 14 de julho. Na época, o prefeito e parte da equipe dele foi presa acusada de corrupção. Mesmo com as recentes ameaças, a Justiça já soltou todos os envolvidos e inclusive o prefeito, Delano Parente.
O coordenador do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO), Rômulo Corsão, que comanda a investigação, foi contra a soltura do prefeito. “Nossa posição,como Ministério Público, é que deveria ter sido mantida a prisão. O STJ achou desnecessário, mas nós que estamos acompanhando os fatos, nós observamos que a soltura deste investigado põe em cheque a investigação devido às ameaças que não pararam. Vereadores, que procuraram o MP, foram ouvidos e estão sendo vítimas de ameaças de molestamento por parte de pessoas ligadas ao gestor”, disse.
O prefeito Delano Parente, solto pelo STJ, poderá voltar para a cadeia, caso desrespeite algumas condições impostas. “O mesmo está impedido de gerir o município, foi afastado a gestão municipal, no qual ele não pode de maneira nenhuma ter contato com outros investigados, no sentido de molestar e ameaçar testemunhas, assim como tem de comparecer em juízo para justificar as suas atividades. Então, o STJ simplesmente analisou e verificou que com essas medidas impostas, o prefeito não interferiria na investigação ou na própria instituição processual”, disse coordenador do GAECO.
Alguns dos presos da Operação Déspota decidiram ajudar nas investigações. Três deles assinaram um acordo de colaboração premiada, que funciona de uma forma parecida com a delação premiada. Na delação, são apontados novos coautores da organização criminosa, enquanto que na colaboração são informados apenas os mecanismos da organização criminosa. E é exatamente por esse motivo que o MPE se posiciona de uma forma diferente quanto à situação atual, já que hoje todos os dezesseis presos há quase um mês estão soltos.
Entenda o caso
O prefeito de Redenção de Gurgueia foi preso durante a Operação Déspota há quase um mês, depois que investigações foram desencadeadas pela Controladoria Geral da União (CGU), Tribunal de Contas do Estado (TCE) e o Ministério Público Estadual (MPE) após descobrirem fortes indícios de corrupção, superfaturamento, emissão de notas fiscais frias, utilização de empresa de fachada e lavagem de dinheiro.
Agentes do Ministério Público do Piauí, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e das Polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal estiveram nos municípios de Redenção de Gurguéia, Teresina e Bom Jesus.
Foram expedidos oito mandados de prisão preventiva, oito mandados de prisão temporária, três de condução coercitiva e onze de busca e apreensão.
G1
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