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Missa da Santa Cruz celebra 104 anos de devoção e leva multidão de fiéis ao Morro dos Três Irmãos, em Jaicós

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Em um momento marcado por renovação da fé e esperança, e pela demonstração da firme devoção à Cruz, centenas de fiéis católicos participaram na manhã desta terça-feira, 3 de maio, da tradicional Missa da Venerável Santa Cruz, no Morro dos Três Irmãos, em Jaicós.


Veja todas as fotos : FOTOS | Missa da Santa Cruz no Morro dos Três Irmãos, em Jaicós


A celebração, que já é um ato marcante para a comunidade católica do município, este ano se tornou ainda mais especial, pois a mesma não acontecia desde 2020, devido a pandemia do coronavírus. Em sua retomada, também está sendo comemorado o marco de 104 anos da festa religiosa.

Como já é habitual, a missa reuniu centenas de participantes, que em nome da fé, enfrentaram uma subida íngreme até o topo do morro e o sol quente, para poder acompanhar a festa.

A Santa Missa foi celebrada pelo pároco local, Miguel Feitosa, e os padres Francisco Pereira, o Pe. Chiquinho, da Paróquia de Patos, e Fernando Amando, da Paróquia de Itainópolis.

Além dos jaicoenses, participaram também visitantes de outras cidades, como Picos, Patos do Piauí, Massapê, Itainópolis, Jacobina do Piauí e Francisco Santos, e até de outros estados.

Durante a missa, a multidão de fiéis elevou seus pedidos e agradecimentos aos céus, rendeu graças pelas bênçãos alcançadas, e louvou a Deus por meio de cânticos e orações. Para muitos, o momento também é de cumprir votos. Diversas pessoas cumpriram promessas assistindo à missa descalças, usando roupas brancas, ou através da oferta de ex-votos.

Filomena Maria de Lacerda, de Massapê do Piauí, 71 anos, percorreu 2 km a pé, para chagar até o Morro dos Três Irmãos. Ele participa da missa todos anos, em agradecimento por uma graça alcançada.

“Quando tive minha primeira filha, os médicos acharam que eu não ia escapar, mas me apeguei a Deus e fiz a promessa de que se eu vivesse, todos os anos viria assistir a missa descalça. Todos os anos eu venho, só não participo se não tiver a missa. Todas as vezes que venho agradeço por essa graça, é muito emocionante pra mim, e eu venho a pé” disse ela emocionada.

O jovem Renato Paiva, da cidade de Picos, participou pela primeira vez da missa e disse que foi um momento de renovação da fé. “É uma celebração emocionante, senti renovada a minha fé, e renovamos também espiritualmente as nossas vidas diante de tudo que passamos, sobretudo a pandemia que assolou o mundo todo durante dois anos. Estamos aqui hoje para agradecer a Deus e venerar a Cruz de Cristo”.

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Mesmo tão novo, com apenas 18 anos, Renato disse que participa ativamente das atividades da igreja. “Tenho o acompanhamento com os jovens da minha cidade de Picos, na comunidade Passagem das Pedras, onde eu faço parte da Pastoral da Juventude e também do coral da minha comunidade. E nessa trajetória, estar aqui hoje pela primeira vez, é uma alegria imensa”.

O padre Miguel Feitosa, celebrou a missa pela primeira vez, desde que assumiu a Paróquia de Jaicós e falou da sua alegria. “É um misto de satisfação e alegria, porque há dois anos estou na paróquia e não tinha tido a oportunidade de celebrar aqui. Também é uma alegria nesse resgate da devoção, celebrar 104 anos de fé, devoção, do povo aqui no Morro, e o primeiro padre a celebrar aqui no morro se chamava Miguel, e eu, depois de uma caminhada de 104 anos dessa festa, ser um padre Miguel também a celebrar”.

O pároco ainda destacou que se sentiu acolhido, e também feliz em ver a fé do povo. “É uma felicidade também ver as pessoas rezando, subindo o morro, pessoas de muletas, que levaram horas, mas conseguiram subir, e isso é sinal de muita fé. E aquilo que o padre Fernando falou, celebrar a Santa Cruz é estar em sintonia com Deus. […] Eu me senti acolhido por esse povo de Jaicós, os devotos, caravanas, e acredito que esse momento é disso, dessa interação com Deus, conosco e com a comunidade. Um dia de muita fé, esperança e fidelidade do povo ao projeto de Deus” concluiu o Padre.

A organização para a “Festa do Morro”, contou também com o apoio da Prefeitura de Jaicós, que além de atuar na preparação do local para receber os fiéis, também disponibilizou nesta terça (03), uma estrutura completa durante a celebração.

O Governo Municipal realizou a manutenção da estrada, desde a entrada, na BR-407, até a chegada ao Morro, para facilitar o acesso ao local; instalou placas de sinalização e orientação durante todo o trajeto, além da limpeza e pintura na escadaria que leva até o topo do morro.

Para o evento religioso, também foi fornecido o apoio na segurança, com a Guarda Municipal, na organização do trânsito e estacionamento dos veículos, na saúde, com a disponibilização de ambulância e uma equipe para atendimentos, além da instalação de banheiros químicos.

Em uma tenda montada ainda na chegada ao morro, profissionais da saúde também distribuíram leques que levavam uma mensagem de conscientização no combate ao mosquito da Dengue.

Uma novidade para este ano, é que em uma parceria entre a Paróquia de Nossa Senhora das Mercês e a Prefeitura, foram distribuídas fitas e leques para os fiéis, como lembrança da celebração.

Em entrevista ao Cidades Na Net, o prefeito Neném de Edite, definiu o retorno da festa como um momento gratificante. “É um momento positivo, de alegria, após dois anos e o que a gente passou na nossa cidade com a pandemia, retornar a festa do Morro dos Três Irmãos. Uma grande festa, bem organizada, envolvendo toda a comunidade, os fiéis não só da cidade, mas de vários municípios vizinhos. É muito gratificante a gente ver o povo retornando à tradicional missa sem usar máscara, voltando a vida normal. É um momento realmente muito feliz, e só tenho que agradecer a Deus, ao povo e a igreja, por mais um evento em paz”.

O gestor ainda falou sobre o apoio logístico prestado pelo município. “Pudemos fornecer uma estrutura com apoio de ambulância, profissionais da saúde, estrada, banheiros químicos. Pensamos nessa forma de organizar, pois é uma estrada que em alguns trechos é muito estreita, e é grande o fluxo de carros, então além da melhoria da estrada, fizemos essa sinalização para tentar amenizar para que nada aconteça em termo de acidente. Só temos que agradecer e melhorar mais para no próximo ano estarmos todo presentes aqui novamente e para que a festa do morro siga como uma das maiores da nossa região”.

Movimentação da economia

Além de marcar o calendário católico do município, a Festa da Santa Cruz também contribui para o aquecimento da economia local. Diversas barracas são montadas no espaço que fica aos pés do morro, para a comercialização de lanches, bebidas, e até de calçados, utensílios e adereços.

Vendedores da cidade e também de municípios e estados vizinhos, encontram no evento uma oportunidade para geração de renda. Até para entretenimento tem espaço no local, que recebeu cama elástica para diversão das crianças e barraca de tiro.

Daniel Silva, veio de Crato, no Ceará, para trabalhar durante a Festa da Santa Cruz. Ele montou uma barraca para comercialização de calçados, produzidos por ele, além de chaveiros e meias.

Participando pela primeira vez, ele disse que conseguiu ter bom êxito nas vendas. “O pessoal me disse que aqui tinha um comércio bom no dia da festa, então resolvi vir. Graças a Deus até agora a venda está sendo muito boa. Apesar de ser só uma vez por ano, o evento é muito bom, e se Deus permitir quero vir agora todos os anos”.

Luiz José de Sousa, de Jaicós, que trabalha com espetinhos, vende o produto na morro todos os anos. Ele disse que todos estavam ansiosos pelo retorno da festa religiosa. “Venho vender aqui todos os anos e é uma renda que ajuda bem a gente. Foram dois anos sem festejo e a gente já tava ansioso pra voltar, pois essa pandemia atrasou tudo, mas graças a Deus estamos retornando. Hoje cheguei aqui 2 horas da manhã, e enquanto tiver movimento vou seguir aqui”.

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O autônomo ainda falou que sempre trabalha em todos os eventos da cidade. “A gente vive é disso mesmo, vendo aqui, na feira dos bichos, no campo quando tem jogo, em todo evento eu tô. Qualquer ‘movimentinho’ a gente tem que trabalhar, pois é disso que a gente vive”.

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