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VILA NOVA | Audiências discutem o papel de mulheres em posições de liderança e valorização da identidade negra e indígena na região

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O Núcleo de Cidadania dos Adolescentes (NUCA) e a Comissão Intersetorial do Selo UNICEF, promoveram audiências públicas, pautadas no diálogo sobre o papel de meninas e mulheres em posições de liderança no município de Vila Nova do Piauí.

O evento em sua primeira edição tratou também a respeito do diálogo sobre a identidade negra e indígena na região e aconteceu no auditório da Câmara de Vereadores, na manhã desta quarta-feira (04), das 09h às 12h.

Antes da discussão dos temas, o grupo AJA apresentou a coreografia denominada Batalhas, representada por meninos e meninas sob orientação do professor Edilberto Lima.

A leitura do cerimonial foi proferida pelo assessor de comunicação, Iago Sousa. A audiência pública tem base legal na Lei Federal nº 8.625/1993, amplamente mencionada na legislação brasileira como um dos principais mecanismos de participação social.

A Plenária das audiências foi composta pelas autoridades: primeira-dama e secretária de Assistência Social, Ana Carolina representando o prefeito Edilson Brito; professora e articuladora do Selo UNICEF, Marli Veloso. Esteve presente representando a Câmara de Vereadores, o vereador e vice-presidente da casa, Flávio Sousa, juntamente com a vereadora Maria das Dores; a mobilizadora no NUCA, Taynara Oliveira; a vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Crianças e do Adolescente, Jenicleide Alaíde juntamente com o presidente do CMDCA, Jhônatas Luz; a palestrante Maria Sabrina Ferreira Torres; as secretárias Edinete Brito (Administração) e Antônia Maria (Educação).

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Foram mencionadas e registradas as presenças das mulheres homenageadas que são: tratorista Tadeuza Maria da Luz; a primeira mulher ao ocupar assento no Poder Legislativo, Josefina Francisca Leal; representando as manicures, Rainara Sousa; a primeira secretária de Educação no município, a advogada Núbia Rocha; a monitora de dança, Taynara Oliveira; a bailarina Thalia Oliveira; a presidente do STTR, Sandra Leal; a vice-presidente do CMDCA, Jenicleide Sousa; a cordelista Luzia Francisca de Jesus; a merendeira, Edite Ana da Silva; a assistente social, Cleide Leal; a comerciante, Ivanêde Lima; a diretora da escola Luiz Ubiraci de Carvalho, Ignez Silva; a alfabetizadora de adultos, Edinete Brito.

Após a menção das homenageadas foi exibido um vídeo que tratou sobre o Hino Municipal de autoria do poeta João de Moura Leal. As boas-vindas ficaram a cargo da mobilizadora do NUCA, Taynara Oliveira.

As audiências foram presididas pela professora e articuladora do Selo UNICEF, Marli Veloso, que na ocasião explicou os objetivos. “As audiências têm como objetivos fortalecer as lideranças de meninas e promover um debate sobre ações de valorização da identidade negra e indígena na região. É importante frisar que há um século atrás as mulheres não tinham, entre outros, o direito de votar […] Isso é uma conquista e é importante entender como se deu esse processo histórico que culminou com muitas outras que precisamos valorizar e reverenciar. Não podemos aceitar discursos de ódio onde muitos desses discursos subestimam as mulheres, relatou.

Entre outros pontos levantados, Marli Veloso, falou sobre históricos de luta e defesa contra classes oprimidas referenciando Nelson Mandela como símbolo. Em sua oratória a professora inferiu questionamentos a respeito do povo negro que na maioria vive na marginalização social e sofre com as mazelas.

“Vamos olhar a cor do povo que está nas favelas, do povo que está nas penitenciárias. A maioria deles são negros. O povo negro não teve políticas públicas. No Brasil não teve reparação indenizatória e histórica, diferentemente do Estados Unidos que mesmo não resolvendo o problema em sua totalidade, houve reparação com indenizações. No Brasil os direitos do povo negro são negados. É negado que o país tem uma dívida histórica”, relatou informando que atualmente há uma comunidade quilombola em São Raimundo Nonato, ameaçada de desapropriação por uma empresa mineradora.

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Após as palavras da professora Marli que resgatou importantes fatos históricos sobre as lutas do povo negro e indígena, a mobilizadora do NUCA, Taynara Oliveira, fez uso da palavra, de forma breve, para externar agradecimentos pela participação de todos.

“Estou muito feliz em ver que surtiu efeito o trabalho do NUCA juntamente com a Comissão Intersetorial. Agradeço pela participação de todos e são temáticas importantíssimas”, agradeceu frisando a importância da discussão.

A adolescente representando o NUCA, Maria Laura Cardoso, falou sobre a temática sobre Identidade Negra e Indígena, defendendo a igualdade. “Se continuarmos construindo nossa sociedade machista teremos um mundo devastado. Vamos aprender a amar. Temos que lutar pelo direito do nosso povo”, frisou.

Em prosseguimento, a palestrante Maria Sabrina, graduada em Letras-Português pela Universidade Estadual do Piauí, pesquisadora do feminismo negro, identidade e memória, tratou sobre nuances acerca das temáticas apresentadas. No decorrer da palestra, Sabrina enfatizou que é recorrente as formas de sofrimentos por mulheres negras, em sua maioria, no seio da sociedade. No contexto da abolição da escravidão no Brasil as mulheres eram escravas sexuais.

“Temos que desnaturalizar as formas de preconceito existentes que abrangem a sociedade. As mulheres ainda são vistas como objetos pela maior parte da sociedade e principalmente a mulher negra que é associada à escravidão […] Temos muitos discursos que dizem que não tem racismo no Brasil. As mulheres estão às margens da sociedade e existem muitos preconceitos que devem ser discutidos […] a mulher ganha menos que o homem desempenhando a mesma função […] são nesses espaços públicos em Câmaras de vereadores, deputados que as mulheres ganharão voz e abolirão todos os preconceitos que envolvem o gênero feminino”, enfatizou a palestrante Sabrina.

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A primeira mulher eleita vereadora no município, Josefina Leal, protagonizou políticas voltadas para o feminino. Presente na ocasião também fez uso da palavra. “Sempre fui defensora de causas voltadas às mulheres para que tenham seus direitos iguais por serem menos valorizadas”, disse.

Foi discorrido debate no tocante aos temas propostos nas audiências. No debate, além da palestrante e da presidente da audiência, várias mulheres presentes externaram seus pontos de vistas, opiniões e suas experiências de vida. A diretora da Unidade Escolar Zacarias Manoel da Silva, Luzia Francisca, também fez uso da palavra para ressaltar sobre suas habilidades e encantos sobre a literatura de cordel e recitou poesia sobre as lutas femininas. A advogada Núbia Rocha também explanou opiniões, assim como a diretora Ignez Silva e a vereadora Maria das Dores, relataram suas vivências.

Educadora de Jovens e Adultos durante cinco anos, a ex-secretária de Educação e atual secretária de Administração de Vila Nova, Edinete Brito, falou sobre desafios encontrados ao longo de tempo como educadora da EJA.

“A primeira dificuldade encontrada é a baixa estima dos alunos. Muitos não querem estudar. Outros acham que não aprendem mais. No entanto, existe a parte gratificante onde é possível a gente aprender muito porque são trocas de experiências. Peguei uma turma de primeira série e cheguei até o nono ano. Isso foi muito gratificante”, relatou.

O vereador Flávio Sousa, vice-presidente da Casa Legislativa, também falou. “É de suma importância tratarmos sobre assuntos que diz respeito a mulher porque cada dia que passa enfrentam preconceitos”, pontuou.

“É um desafio que vocês vêm lutando para superar e acredito que ainda falta muito para ser alcançado. Gostaria que muitos homens tivessem participado dessa reunião porque com certeza teriam aprendido mais”, disse Flávio Sousa.

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Após as audiências na Câmara de Vereadores foi servido lanche para todos os participantes.

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