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POLÍCIA

Mãe de jovem morto pela PM no Piauí disse que viu perseguição: ‘estão mentindo, não teve troca de tiros’

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Joselma Lima, mãe de Lucas Rafael, um dos dois jovens mortos pela Polícia Militar em abordagem no dia 24 de julho na Zona Norte de Teresina, contou que viu o filho ser perseguido. Na ocasião, a Força Tarefa da Polícia Militar informou que ele e o outro jovem morto, Pedro Santos, tinham trocado tiros com a polícia, mas testemunhas negam. A Polícia Civil investiga o caso.

“Ele não vai voltar, mas eu quero Justiça, porque eles [policiais] estão mentindo. Não teve troca de tiros de jeito nenhum, não teve…”, disse chorando a mãe do rapaz.

Lucas e Pedro – que também foi assassinado na abordagem de policiais militares – foram apontados pela PM como suspeitos de matarem o policial Militar Lídio Roberto de Sousa Mesquita, no dia 22 de julho, em um assalto. Depois, a Polícia Civil informou que eles não tiveram participação no crime. Cerca de um mês depois, outros dois adolescentes foram apreendidos e confessaram participação na morte do policial.

Família presenciou abordagem

A mãe e a prima, que levam o rosto de Lucas estampado em camisetas que fizeram em homenagem ao rapaz, contam que viram o momento que os policiais chegaram. Segundo elas, pelo menos seis homens chegaram à casa do jovem, que estava sentado na entrada da residência, e começaram a persegui-lo. Ele correu e chegou a pular o muro de uma casa vizinha.

Mãe de jovem morto pela PM viu filho ser perseguido — Foto: Reprodução/TV Clube

Mãe de jovem morto pela PM viu filho ser perseguido — Foto: Reprodução/TV Clube

“Entraram na casa [do vizinho], arrebentaram o portão, ele estava no chão, baleado, estava vivo. Encostaram ele na parede, ele levantou os braços, disse que não matou o policial, e deram mais quatro tiros no peito dele e levaram ele, jogaram no carro como se fosse um bicho”, relatou a mãe.

Rejane, uma vizinha da família de Lucas, disse que os policiais entraram em sua casa e assustaram sua avó, uma idosa de 97 anos, e seus filhos pequenos. Segundo ela, o rapaz não reagiu.

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“A gente quer justiça, porque não pode isso. Dizem que trocaram tiros, mas é mentira. Houve muito tiro, mas da policia”, declarou.

A prima do rapaz, Joseane, disse que horas depois alguns dos policiais voltaram para pegar a moto de Lucas. Ela disse ter questionado se os policiais tinham um mandado judicial que autorizasse a busca e apreensão e começou a filmar a ação, mas disse que foi impedida de fazer o registro.

Mãe, prima e vizinha de Lucas relataram abordagem da PM  — Foto: Reprodução/TV Clube

Mãe, prima e vizinha de Lucas relataram abordagem da PM — Foto: Reprodução/TV Clube

“Perguntei se eles tinham mandado, ele disse que ia levar do mesmo jeito, perguntou: ‘Quem vai impedir?’ Comecei a gravar, sabia que estava algo errado, um disse para eu não gravar, mas continuei. Um policial loiro de olhos claros quis tomar de mim, eu escondi, bateram na minha mão e eu joguei o celular no chão”, contou.

Segundo o secretário estadual de Justiça, Rubens Pereira, qualquer análise é precipitada no momento. “Todas as mortes em intervenção policial são investigadas, seja em que circunstâncias forem. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa está fazendo a apuração e não podemos concluir nada até que a investigação seja concluída”, declarou.

Fonte: G1 PI

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