Marcelo Castro diz que não sabe se volta para o Ministério da Saúde

O ex-ministro da Saúde, Marcelo Castro, reafirmou nesta segunda-feira (18) os motivos que o levaram a desafiar o PMDB e votar contra a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O deputado federal declarou que jamais poderia ser fraco e mudar de opinião em 3 dias.

“Eu seria pusilânime (fraco, covarde) se mudasse de opinião em três dias. Então, por eu ter sido ministro e por não haver crime de responsabilidade, por ser a presidenta Dilma uma pessoa digna, uma pessoa honesta, proba, honrada e que não descumpriu nenhuma lei no país. Ela não matou, não roubou, não tem conta no exterior, na Suíça, então, meu voto é contra por todos esses fatores”, declarou em entrevista por telefone ao Jornal do Piauí.

O ex-ministro disse ainda que não teme expulsão do PMDB e se isso acontecer será apenas uma consequência por agir com convicção. “Vamos aguardar os acontecimentos, o que acho honestamente é que a gente tem  que se conduzir na vida com coerência, com espírito público, com dignidade e de acordo com seus princípios e suas convicções. As consequências são consequências. O que a gente não pode se afastar é da linha do bom caratismo, do respeito das pessoas, da lealdade, da honestidade e, graças a Deus, eu tenho me mantido nessa linha ao longo dos meus 75 anos de vida”, afirmou.

Marcelo Castro não descarta voltar ao Ministério da Saúde, mas deixa claro que isso não depende apenas de sua vontade. “Isso não depende de mim. Eu estou no exercício do meu mandato de deputado federal para qual o povo me elegeu. Tenho me esforçado para corresponder e não frustrar. Eu não vou mudar agora”, disse.

O ex-ministro revelou que não manteve mais contato com o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, e que mantém por ele admiração e respeito, mas cada um com seus posicionamentos. “Não mantive nenhum diálogo. Tenho respeito, administração e amizade pelo Michel Temer e acho que a recíproca é verdade, mas ele tem uma posição e sabe da minha posição. Ele não me telefonou e nem recebi telefonema de ninguém ligado a ele. Ninguém me pediu para mudar de posição, já que todos sabem que isso seria infrutível”, finalizou.

Fonte: Cidadeverde.com