POLÍTICA
Contraditório: 50 mil engenheiros desempregados no País e Temer quer contratar profissionais de fora
Engenheiros de diversas regiões do Brasil se manifestaram contrários à pretensão do presidente da República, Michel Temer (PMDB), em aprovar, no Congresso Nacional, o Projeto de Lei que altera a regulamentação da profissão para facilitar a entrada de engenheiros estrangeiros no País.
A proposta também é criticada pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e sindicatos do ramo, que acreditam que ela aumentará ainda mais o desemprego na área.
Na prática, o projeto pretende agilizar a emissão de registros para os profissionais, cuja origem é de outros países, em até três meses. Atualmente, o Conselho Regional de Engenharia (CREA) costuma emitir o registro em um ano.
Rejeição Social
Uma pesquisa recente do Ibope/CNI revelou que a popularidade do presidente Michel Temer é de apenas 5%, a mais baixa da série histórica, iniciada em 1986. Tendo conseguido chegar a níveis inferiores à ex-presidente Dilma (PT), que atingiu 9% em junho e dezembro de 2015.
Mesmo assim, as medidas adotadas contra o anseio popular parecem não incomodar o peemedebista, que aposta ter o Congresso “nas mãos” para a sobrevida de seu governo.
Ataque à Soberania Nacional
O Projeto de Lei faz parte de um contexto de desmontes e retrocessos sociais.
‘Adotar’ engenheiros estrangeiros, em meio à crise que parece não ter fim e que desemprega mais de 50 mil profissionais, confirma a insensibilidade do Temer com a realidade brasileira.
Na contramão da mão de obra qualificada, o foco da proposta está na quantidade e pode ser comparado ao mesmo erro do Programa Mais Médicos, lançado no período do governo petista.
Como se o aumento sem critério da oferta de profissionais fosse capaz de resolver o caos no qual está mergulhado a construção civil.
Lava Jato
Entre as justificativas do Governo está o comprometimento financeiro do mercado da construção civil, causado pela Operação Lava Jato.
As investigações sobre os esquemas de corrupção ligados às maiores empreiteiras do País, como por exemplo, Odebrecht, Camargo Corrêa, OAS e Queiroz Galvão, paralisaram quase cinco mil obras.
Dados da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) apontam que o setor regrediu aos índices de dez anos atrás. Em investimentos, a perda foi de R$ 63 bilhões.
Fonte: Oito Meia
Foto: reprodução
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