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Especialista comenta aumento de impostos no Piauí: “Pobres pagam mais”

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Momentos antes de parlamentares protagonizarem uma discussão repleta de agressões verbais na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), na manhã desta terça-feira (24/10), o professor Ricardo Alaggio, docente de Economia da Universidade Federal do Piauí (Ufpi), deu alguns esclarecimentos ao OitoMeia sobre o projeto do governo Wellington Dias em aumentar impostos nos setores de fumo, bebida, comunicação e ICMS.

De início, o especialista destaca que a carga tributária do Brasil é a maior do mundo, de forma que as pessoas mais pobres vão ser as mais prejudicadas, pagando mais impostos. “Para o lado dos empresários, eles veem uma perca de competitividade porque isso vai encarecer mais ainda os produtos no Piauí, que já é um estado isolado em relação às outras federações”, inicia o especialista, com um discurso contrário ao argumento dos defensores do projeto.

A alegação do governo se trata da falta de dinheiro e que precisa aumentar as receitas para que o Estado possa manter a folha em dia, já que passa por uma crise financeira. O próprio líder do governo, o deputado João de Deus (PT) adiantou essa informação ao OitoMeia na tarde da última segunda-feira (23/10), em entrevista exclusiva sobre projeções do partido para 2018, discorrendo sobre medidas a serem tomadas no Legislativo para ajudar o governo no próximo ano.

SEM COMPETITIVIDADE

“Perdemos competitividade e o Piauí já um estado sofre muito com o nosso vizinho Maranhão e Ceará, onde há economias mais desenvolvidas, mais fortes e atrativas. É um problema grave, sobretudo com a geração de emprego, tendo impacto nos preços daquilo que é fabricado dentro do Piauí. O governo deve ter a sensibilidade se governo está disposto a fazer a sua parte não só aumentando receita, mas diminuindo as despesas. Isso não tá muito claro à população”, argumenta o economista.

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Empresários prometem aliança com oposição para barrar projeto governista na Alepi (Foto: Édrian Santos/OitoMeia)

Ricardo finaliza a entrevista com otimismo em relação à arrecadação piauiense para 2018, após medidas tomadas pelo governo federal sobre aumento de impostos. O contraponto sobre esse olhar destaca-se pelo fato de o governo, segundo o especialista, estar aumentando as despesas na máquina pública, de forma que a ajuda da União possa não ser suficiente. “Essa trajetória de aumento de despesas e de gastos correntes é preocupante”, conclui.

CONFUSÃO EM VOTAÇÃO

Bate boca, gritaria, protestos e troca de acusações fizeram com que o nível de organização da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) encerrasse a discussão e, por sua vez, cancelasse a votação do projeto de lei que visa aumentar impostos no estado, em setores como comunicação, bebidas, fumo e ICMS. O episódio, até vergonhoso à política local, aconteceu na manhã desta terça-feira (24/10), enfatizando ainda mais a divisão da oposição e situação no Legislativo.

Segundo o governo, o projeto tem a intenção de equilibrar as contas públicas e aumentar a receita do Estado, todavia, quem é contra, informa que a população é quem mais vai sentir com tal medida. “Caso seja aprovado na CCJ, vamos nos aliar à oposição para tentar impedir a votação no plenário da Alepi”, destaca André Baía, presidente do Sindicato da Indústria e Construção Civil do Piauí, alegando, ainda, que a população não está sendo conscientizada sobre o texto e que audiências públicas são necessárias.

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Após toda confusão na CCJ e encerramento da votação, com o pretexto de que o horário da discussão não pode ultrapassar o horário do plenário, deputados falam ao OitoMeia. Aos gritos dos empresários, o presidente da mesa, o deputado Evaldo Gomes, com nítido cansaço de desistência, deu fim a apreciação do projeto.

Evaldo Gomes e Robert Rios trocam acusações durante parecer do projeto na CCJ (Foto: Édrian Santos/OitoMeia)

Fonte: Oito Meia

Fotos: Édrian Santos/OitoMeia

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