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Estudantes têm formaturas adiadas por conta da suspensão de aulas durante a pandemia no Piauí

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Com a pandemia causada pelo novo coronavírus, estudantes de várias instituições de ensino, que iriam se formar no semestre 2020.2, tiveram o sonho da conclusão da graduação adiado. É que a maioria das universidades e faculdades encerraram as aulas durante a quarentena e algumas não retornaram, o que fez os estudantes esperarem um pouco mais.

A estudante Nayara de Sousa, 21 anos, cursa História na Universidade Federal do Piauí, Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, em Picos. Ela iniciou a graduação no ano de 2016 e iria concluir nesse ano, porém, com a suspenção das aulas, só vai se formar em 2021.

“A UFPI retomou esse mês às atividades e está sendo tudo novo para todos nós, assim como foi se adaptar a esse novo cenário. Estou matriculada nas duas últimas disciplinas da grade curricular, desenvolvendo atividades via Google Meet, com previsão para conclusão em fevereiro de 2021”, disse.

Em entrevista ao Cidades na Net, Nayara relatou sobre como a pandemia afetou a sua rotina estudantil e também sobre as mudanças no novo cenário acadêmico no qual estava vivendo.

“Com a pandemia, as mudanças foram inúmeras e em muitos aspectos. Mas o que mais me afetou, digamos assim, foi a aceitação de que não me formaria mais esse ano. Pois, como a conclusão do curso seria em junho e a formatura em agosto, eu tinha vários planos em mente, inclusive de tentar a seleção de mestrado em História do Brasil. Em relação a rotina de estudo, senti muita dificuldade no início, pois como eu seguia um ritmo bem intenso de estudos desde 2016, me ver “livre”, digamos assim, e sem algumas obrigações para o momento, fez com que eu me acomodasse um pouco e procrastinasse em muitos momentos”, relatou.

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Para aproveitar o tempo que esteve sem aulas, Nayara buscou novas alternativas de adquirir conhecimento para sua formação.

“Eu busquei iniciar uma pós-graduação, passar a ver coisas pertinentes à minha linha de pesquisa, fazer algumas correções da minha monografia e participar de alguns eventos nacionais e internacionais da área de História, que estavam acontecendo de forma remota”, falou.

De acordo com Nayara, a UFPI deveria ter se posicionado dialogando com professores e alunos para chegar a um consenso sobre o melhor formato de ensino a ser adotado.

“É um pouco delicada a situação, porque à medida em que penso que a UFPI deveria ter se posicionado mais cedo sobre às atividades referentes ao período 2020.1, e ter suspendido o calendário apenas temporariamente e depois continuado via remota, já que conta com um sistema online para os cursos EAD, também penso nas pessoas que não dispõe de internet de qualidade e aparelhos adequados para as aulas de forma remota. Também há os cursos da saúde que necessitam de práticas em laboratórios e/ hospitais e por isso não seriam contemplados com esse modelo de aula. Ao meu ver, deveria ter tido um maior diálogo entre instituição, corpo docente e discente, para chegar a uma conclusão, priorizando ao menos quem estaria concluindo a graduação”, contou.

Outra estudante que teve o sonho da formatura adiado foi a jaicoense Joseana de Carvalho Bezerra, 28 anos, que cursa Arquitetura e Urbanismo na UFPI, em Teresina. Joseana aproveitou o tempo em casa para investir em outros projetos profissionais durante a pandemia.

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“De início fiquei até tranquila por achar que a pandemia não duraria muito, mas com o passar dos meses e sem nenhuma perspectiva de retorno, eu fiquei bem desnorteada, sem saber quando formaria, se dava continuidade ao TCC da mesma forma ou se dava uma relaxada. E aí com os rumores de retorno apenas no próximo ano eu acabei focando em outras coisas, ainda relacionadas a profissão, mas não tanto a vida acadêmica”, disse.

Sobre a demora da UFPI em voltar as aulas de forma remota, a estudante destacou que a instituição poderia ter adaptado o ensino remoto desde do início com algumas disciplinas teóricas.

“Eu acho que passou muito tempo parada. Que desde o início poderia ter dado andamento em algumas disciplinas mais teóricas de forma remota. Não precisava parar tudo por tanto tempo sendo que o ensino EAD já era uma modalidade de ensino da instituição. Nem todas as disciplinas poderiam ser remotas, mas uma parte poderia ter sido adiantada”, ressaltou.

Volta às aulas

Na última quarta-feira (2), o Ministério da Educação (MEC) determinou a volta às aulas presenciais nas universidades e institutos federais de ensino a partir de 4 de janeiro de 2021. As aulas presenciais foram suspensas em março, devido à pandemia do novo coronavírus.

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A portaria que foi publicada no “Diário Oficial da União” também revoga a permissão para que as atividades on-line contem como dias letivos, o que é autorizado até dezembro de 2020.

Por Tainara Sousa | Cidades na Net

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