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Piauí importa 80% das frutas comercializadas no estado: além de mais cara, perde qualidade

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Aproximadamente 80% das frutas comercializadas e consumidas no Piauí são importadas. No Estado, pouco se produz, e a necessidade de trazer esses produtos de outros estados e até de outros países, os tornam mais caros para o consumidor e em alguns casos o produto até perde qualidade por conta da demora no transporte.

O descaso de produtores e a falta de políticas eficientes do governo estão estre as principais causas da deficiência da produção no Piauí, de acordo com João Cícero, que é auxiliar técnico da Central de Abastecimento do Piauí (Ceapi). “Temos solo da mesma forma que todo mundo tem. Nós temos água em maior quantidade do que o Ceará, mas aqui falta e lá não, por que têm barragens, têm cisternas. Aqui o governo dá dinheiro para a produção, tem gente que compra carro e depois diz que perdeu a primeira safra, pra justificar a falta do dinheiro. Se tem incentivo e não tem fiscalização, acontece isso”, explica João Cícero.

Hoje os principais exportadores de frutas para o Piauí são: Ceará, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Goiás, Rio de Janeiro e até Argentina, e o que mais encarece o produto é a falta dele, ainda de acordo com o auxiliar técnico. “Um exemplo é a melancia, que custava 14 centavos o quilograma em Pernambuco, no ano passado, hoje está saindo de lá a 40 centavos o quilograma, e aqui estão vendendo a 75 centavos. Acredito que até o meio do ano ela vai custar 60 centavos lá, e se tiver só Pernambuco produzindo, aí é que vai lá pra cima”.

Foto: João Alberto/OOlho

NECESSIDADE DE IMPORTAÇÃO INFLUENCIA DINÂMICA DO MERCADO

Guilherme Wendel trabalha há três anos no setor de compras de um distribuidor do Piauí, e acredita que a necessidade de importar os produtos acaba influenciando na dinâmica do mercado. “Como o Piauí não tem essa produção, somos obrigados a comprar fora e pagar muito caro pelos fretes”, diz. O valor adicionado à compra do produto é repassado no valor final de venda para que o comerciante não tenha prejuízos.

“A escassez de algumas frutas às vezes beneficia os grandes comerciantes e prejudica os pequenos. Quando um produto está em falta, é muito mais fácil para quem tem grande poder de compra conseguir trazer”, acrescenta Guilherme.

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Foto: João Alberto/OOlho

Um frete do Ceará para Teresina custa em torno de R$ 1.400. Já vindo de Santa Catarina é aproximadamente R$ 4 mil. Além de demorar mais tempo para chegar, quando o produto vem de locais mais distantes, como o Sul e Sudeste do país, também há perca de qualidade, por isso as frutas só vêm de lá quando não tem nos estados mais próximos.

A Ceapi comercializa aproximadamente 32 mil toneladas de produtos mensalmente, entre frutas, aves, cereais, pescados e outros mais. Nesse número, a parcela piauiense é de apenas 1.200 toneladas. Entres os produtos mais vendidos no local está a banana, abobora e laranja, que juntos, foram vendidas mais de 9 mil toneladas, apenas no mês de janeiro de 2015.

 

Fonte: O Olho

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