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Sete ônibus levam trabalhadores de Jaicós para a produção de laranja em Matão-SP

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Anualmente, no mês de junho, centenas de trabalhadores rurais do município de Jaicós migram para Matão, cidade situada no interior de São Paulo, em busca de trabalho na produção de laranja. Somente nesta sexta-feira, 10, cerca de 350 homens embarcaram em sete ônibus. Todos já estão contratados para trabalhar Citrosuco, indústria responsável pelas maiores contratações em Matão.

O processo de seleção é feito em etapas. Inicialmente os empreiteiros coletam os dados dos trabalhadores. Em seguida, representantes da empresa vem de São Paulo até cidade de Jaicós para fazer o registro dos funcionários. Transporte e moradia também são disponibilizados pela empresa contratante. O grupo chega a Matão no domingo, 12, e no dia seguinte já devem começar a trabalhar.

Segundo relatos, a migração de trabalhadores de Jaicós teve início na década de 2000 e vem crescendo a cada ano. Um dos fatores que contribuem com a migração é a prolongada estiagem na região do Semiárido piauiense, onde está situado o município de Jaicós.

Sem oportunidades, os trabalhadores decidem por buscar melhores condições de vida no Sul do país. Adeilson Augustinho da Silva, de 26 anos, que tem suas origens familiares no povoado Santo Antônio, mas reside na cidade de Jaicós, é um dos trabalhadores que embarcaram. Ele contou que viaja para Matão desde que completou 18 anos. Com essa, já somam oito viagens.

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As idas e vindas se condicionam pela possibilidade melhorar  de  vida, garantir sustento da esposa e um filho de dois anos de idade, como também, para adquirir bens. “Vou pra ganhar dinheiro. Aqui é difícil demais. Não tem emprego, não tem inverno. Então, a gente tem que ganhar o mundo”, disse. Adeilson disse que, com o dinheiro que ganha em Matão, já conseguiu construir uma casa e comprar dois carros. Questionado sobre a saudade da família, ele respondeu: “Isso a gente aguenta. Dá um jeito”.

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As contratações acontecem em junho e devem seguir até dezembro.  A maioria das contratações é para trabalhar na colheita da laranja. Em média, um bom colhedor ganha cerca de R$ 3 mil por mês. O ganho depende da produção. Os trabalhadores colhem a laranja com o sacolão e depois passam para a caixa. Por cada caixa eles recebem 49 centavos. Esse é o preço líquido, fora os encargos, como 13º salário, férias e hora extra.

Gerson da Silva Costa, de 37 anos, também é um dos trabalhadores que embarcaram. Ele deixou a localidade Angical dos Magros, zona rural do município de Jaicós, onde reside com a esposa e dois filhos – com nove anos e com um ano e seis meses de idade -, para trabalhar em Matão.

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Essa é a terceira vez que ele vai trabalhar na produção de laranja. Outras viagens aconteceram nos anos de 2003 e 2013. Com o semblante abatido, ele relatou que está indo por necessidade de trabalhar e ganhar dinheiro. “A gente nem sempre faz o que quer. A gente tem que se preparar pra enfrentar o que vier”.

Não há um número exato, mas estima-se que cerca de duas mil pessoas de Jaicós e de outros municípios da região migrem para Matão.

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