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Alisson Wattson não vai ter regalia como Temer e Lula, dispara sindicato de agentes
A Diretoria da Unidade de Administração Penitenciária (Duap) realizou a transferência de Alisson Wattson, ex-capitão da Polícia Militar do Piauí (PM-PI), para uma cela especial na Penitenciária Irmão Guido, localizada na zona Sul de Teresina. O detento é réu no processo criminal sobre o assassinato da estudante Camilla Abreu, então namorada do acusado, morta em outubro de 2017 com um tiro na cabeça. A mudança de presídio aconteceu na última terça-feira (26/03).
Depois de ser expulso da corporação, após decisão do pleno do Tribunal de Justiça (TJ-PI) e da assinatura da então governadora em exercício Regina Sousa, Alisson perdeu os benefícios do presídio militar e foi levado à Penitenciária José Arimatéia Barbosa Leite, em Campo Maior, dividindo uma cela com presos comuns. Dias depois, a defesa conseguiu uma ordem judicial para reaver as prerrogativas, alegando que o cliente tem dois cursos superiores.
LEIA A NOTA DA DUAP NA ÍNTEGRA
NOTA DUAP
A Diretoria da Unidade de Administração Penitenciária (DUAP) informa que cumprirá nos próximos dias a determinação judicial de remoção do interno Allison Wattson da Silva Nascimento da Penitenciária Regional de Campo Maior para a Penitenciária Irmão Guido, obedecendo aos protocolos de segurança.
“SEM REGALIAS”
O OitoMeia ouviu o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi) e foi informado que não existe cela especial na Penitenciária Irmão Guido. De forma prática, nas palavras de Jefferson Dias, diretor financeiro da categoria, “Alisson Wattson não vai ter regalias” e vai dividir a cela com outros presos, mas com detentos portadores de curso superior.
“Não existe, lá na Irmão Guido, essa cela especial. Na ‘cela especial’, ele vai ficar com outras pessoas. Não é uma cela individual. Mesmo que ele fiquei em uma cela sozinho, lá só tem um banheiro velho e nada de regalia. A regalia é não ficar com outros presos, mas ele não vai ficar individual porque não tem [cela individual]”, disse Jefferson. Em outro momento, o agente dispara: “Mas ele não vai ficar como o Michel Temer e o Lula não”.
ADVOGADO QUER CELA ESPECIAL
Assim como a Secretaria de Justiça do Piauí (Sejus-PI), o sindicato não soube informar especificamente o que caracteriza uma cela especial na referida unidade prisional. Pitágoras Veloso, advogado de Alisson Wattson, exige um espaço individual ou pelo menos com pessoas com o mesmo nível acadêmico ou na mesma condição de militar. Caso o réu se queixe das acomodações, a defesa solicitará nova transferência, inclusive para o presídio militar ou do Corpo de Bombeiros.
“A gente vai consultar o Alisson e perguntar se ele se sente bem lá. Se ele se sentir bem, eu vou tomar as medidas cabíveis. Hoje [27/03], eu estarei com ele [Alisson] e vou procurar ouvi-lo e saber se ele se sente seguro. Caso contrário, a gente vai lutar para ele retornar para o presídio militar, pois lá ele tinha uma cela individual para ele”, garantiu Pitágoras Veloso ao OitoMeia.
O despacho assinado pelo juiz Robledo Moraes Peres de Almeida, da 2º Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Teresina, destaca que o novo local de custódia do ex-capitão Alisson Wattson pode ser em quarteis, unidades prisionais destinadas à prisão especial ou em presídios comuns, desde que em cela separada e que atenda condições favoráveis à existência humana.
PROCESSO CRIMINAL
No âmbito criminal, o processo está com recursos ajuizados pela defesa, em decorrência da sentença de pronúncia. Em outras palavras, a alegação do réu é que ele sofria de problemas mentais antes mesmo de iniciar o relacionamento com a vítima, o que pode impedir que o caso seja levado a júri popular.
Além disso, a defesa ainda destaca que o crime foi acidental, já que, pelo argumento da desta, Camilla Abreu teria tentado atirar primeiro contra o capitão e, ao desarmá-la, houve o disparo contra a cabeça da vítima. Isso, porém, é contestado pelo Ministério Público Estadual (MP-PI), que o acusa de feminicídio, ocultação de cadáver e de provas.
RELEMBRE O CASO
Camilla Abreu foi dada como desaparecida na última semana do mês de outubro de 2017. A estudante de Direito foi vista pela última vez no bar Chopperia Brahma, ao lado do namorado Alisson Wattson e de uma amiga, na zona Leste de Teresina. O réu e a vítima levaram a amiga para casa, no Vale do Gavião, e depois saíram juntos. A jovem não retornou para casa.
Após desaparecimento de uma semana, Camilla Abreu foi encontrada morta no povoado Mucuim, zona Rural de Teresina. Alisson confessou ter disparado acidentalmente contra a estudante, no dia 31 daquele mês.
Fonte: Oito Meia
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