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Mãe revela abuso sofrido na infância após filha ser vítima de estupro no Piauí
A mãe de uma das vítimas do perito criminal Francisco das Chagas Pinheiro Martins, indiciado pelo estupro de duas meninas de 9 anos em Teresina, revelou que também foi vítima de abuso sexual quando quando era criança.
“Demorei 30 anos para poder falar sobre esse tipo de abuso, e quando vi isso acontecendo com minha filha foi devastador”, disse a mulher, que preferiu não se identificar.
A mulher contou que foi vítima de um tio, quando tinha 6 anos. O trauma ficou guardado por três décadas, até que ver a filha ser vítima do mesmo crime a fez relembrar o que sofreu.
“Quando eu soube [que a filha foi vítima de estupro], foi um gatilho muito grande, né? Eu nunca tinha comentado isso com nenhum familiar”, comentou.
O perito criminal Francisco das Chagas foi preso no dia 13 de maio. Segundo a Polícia Civil, os abusos ocorriam na piscina e outros na área comum do condomínio onde as vítimas e o suspeito moravam. O perito era considerado amigo da família das vítimas.
Segundo a Gerência de Conselhos Tutelares, em Teresina foram registradas 45 casos de estupro de vulnerável entre os meses de janeiro e março de 2022, um caso a cada três dias.
Mudança de comportamento
A mãe contou que o primeiro sinal que a fez perceber que havia algo errado com a filha foi a queda das notas na escola. Em uma conversa com a mãe, a menina decidiu falar sobre os abusos, apesar das ameaças que teria sofrido do suspeito.
“Ele segurava ela pelo braço, torcia o braço dela e ameaçava me matar, ameaçava matar ela. Então, a quando a história veio à tona, ela ficou com muito medo de acontecer alguma coisa comigo, com medo de ir ao colégio”, contou a mãe.
Segundo a psicóloga Leiliane Nascimento, da Casa Savina Petrilli, uma instituição que cuida de meninas que foram vítimas de violência sexual, certas mudanças no comportamento podem ser sinal de que crianças e adolescentes estão sendo vítimas de abusos.
“O isolamento social, elas podem ficar mais retraídas sobre contato físico, ficar mais inibidas. Algumas apresentam comportamento deprimido ou agressivo. As crianças podem apresentar também uma curiosidade em saber mais sobre aquilo a que ela foi exposta”, destacou a psicóloga.
Fonte: G1 Piauí
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