Zé Filho suspende últimos pagamentos de Wilson Martins

O governador Zé Filho (PMDB) está revendo e anulando boa parte dos atos do ex-governador Wilson Martins (PSB), assinados pouco antes de ele deixar o governo, no dia 4 passado. Zé Filho mandou suspender pagamentos autorizados pelo ex-governador no valor de R$ 35 milhões e anulou o decreto que nomeava 14 defensores públicos. Também mandou rever atos administrativos e mudou a logomarca do Governo.

Para Zé Filho, é normal na gestão fazer mudanças ou suspender atos para averiguar a situação. “Os secretários precisam estar a par do que estão pagando, não tem nenhuma anormalidade nisso. Eles precisam saber o que está sendo feito”, argumentou, para justificar a suspensão nos pagamentos. Ele garantiu que não haverá atraso no pagamento de fornecedores ou de servidores público por conta das decisões. “Não tem nada de atraso. O Piauí está equilibrado e tem recursos em caixa. Só precisamos saber o que estão fazendo. Não tem stress quanto a isso”, minimizou.

Os principais pagamentos são da Secretaria de Educação, Secretaria de Saúde e Secretaria de Fazenda, para empresas e fornecedores. Todos os empenhos e ordens de pagamentos estão sendo revistos. Na secretaria de Administração, todos os processos e atos administrativos também passam por uma devassa. Há uma revisão praticamente em todos os documentos. O decreto que nomeava 14 defensores públicos, assinado por Wilson Martins no dia 3 de abril, foi anulado com base num parecer jurídico da Procuradoria Geral do Estado.

Os aprovados já estavam esperando serem empossados quando foram surpreendidos pela publicação do ato anulando a nomeação no Diário Oficial do Estado do dia 8 de abril. No documento, Zé Filho afirma que sua atitude foi motivada pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e com receio de que as nomeações fizessem o Estado extrapolar os limites de gastos com pessoal. O governador também mandou suspender a veiculação de campanha publicitária do governo nas TVs, emissoras de rádio e veículos impressos. A campanha estava sendo veiculada desde o ano passado.

A mudança na logomarca do Governo também gerou um mal estar, porque diversas placas, produtos, propaganda e serviços estavam prontos com a logomarca da antiga gestão para serem afixadas ou publicadas agora. Houve uma determinação de suspensão.